O ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para o dia 25/2 (domingo), na Avenida Paulista, em São Paulo, será bancado por uma entidade registrada na Receita Federal como organização religiosa e que tem o benefício da anistia tributária, ficando isenta do pagamento de impostos como as igrejas.
A Associação Vitória em Cristo (Avec) irá alugar um único trio elétrico que deverá ficar estacionado na esquina da Paulista com a Rua Peixoto Gomide, mesmo ponto da via que já recebeu outros atos a favor do ex-presidente, segundo informou Fabio Wajngarten, advogado e assessor de Bolsonaro, nesta quinta-feira (15/2).
A expectativa é que Bolsonaro use o evento para se defender das suspeitas levantadas contra ele e seus aliados na operação deflagrada na semana passada pela Polícia Federal (PF), que investiga um suposto plano de golpe de estado em 2022, quando o ex-presidente temia ser derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição.
A Avec é presidida pelo pastor Silas Malafaia, líder da igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo e aliado de Bolsonaro. Segundo Wajngarten, Malafaia foi o idealizador do ato na Paulista. Fundada em 1982, no Rio de Janeiro, a entidade arrecada dinheiro com doações de fiéis, promove cursos de formação religiosa e executa trabalhos sociais.
“Vitória em Cristo” também é o nome do programa que Malafaia mantém na TV há quase 40 anos. No site da Avec, há ofertas de cursos de sua “escola de líderes da associação”, com aulas de R$ 40 a R$ 60. Também há uma sessão para o envio de doações, com botões de R$ 30 a R$ 1.000, além de de um espaço para depósitos de outros valores.
Os recursos, diz a associação, são usados para manter programas sociais. “Mais de 4 mil pessoas são abençoadas todos os dias por meio dos projetos sociais que apoiamos”, informa a entidade de Malafaia. Segundo o pastor, o estatuto da entidade permite que ela faça atos de rua e não há previsão de que recursos públicos na manifestação.
“Nós acreditamos que todos os nossos eventos são pacíficos”, disse Malafaia nesta quinta, em Brasília. O pastor acrescentou que o mote da manifestação será a defesa do Estado Democrático de Direito e não apenas de Bolsonaro. “Isso vale para todo mundo”, reforçou.