"Começaremos o difícil processo de reduzir nosso quadro global nesta sexta-feira", anunciou o Twitter a seus funcionários nesta quinta-feira (3), em um e-mail ao qual a AFP teve acesso. A mensagem confirmaria os rumores de demissões em massa na rede social, comprada pelo bilionário Elon Musk.
A mensagem dizia que todos os funcionários receberão notícias nesta sexta pela manhã, quando forem abertos os escritórios na Califórnia, mas não especificava quantos serão afetados.
Não haverá ninguém hoje nas instalações da empresa, em São Francisco (Califórnia), conta o correspondente da RFI em Washington, Guillaume Naudin. A rede social explica no e-mail enviado ontem que os escritórios estarão temporariamente fechados e que os crachás de acesso serão desativados para "garantir a segurança de cada funcionário bem como os sistemas do Twitter e dados de clientes."
Os funcionários que mantiverem seus empregos serão notificados por e-mail enviado para seu endereço de mensagem eletrônica profissional. Aqueles que serão demitidos receberão uma mensagem em seu endereço de e-mail pessoal, acrescentou a empresa.
De acordo com o Washington Post, a empresa vai despedir metade dos seus cerca de 7.500 empregados.
"Reconhecemos que algumas pessoas que fizeram contribuições significativas para o Twitter serão afetadas, mas essa ação infelizmente é necessária para garantir o sucesso da empresa no futuro", informou a empresa.
Ação coletiva
A agência Bloomberg informou na sexta-feira que funcionários da rede social iniciaram uma ação coletiva na Justiça contra o plano de Elon Musk de demitir cerca de metade da força de trabalho, alegando que o empregador violou as leis da Califórnia e federais no período de aviso prévio antes da demissão.
O dono da montadora Tesla e da SpaceX comprou o Twitter por US$ 44 bilhões e assumiu o controle da empresa na última quinta-feira, após seis meses de reviravoltas nas negociações.
Musk imediatamente dissolveu o Conselho de Administração, demitiu o CEO e outros altos executivos e lançou novos projetos com metas a serem cumpridas rapidamente.
O magnata convocou engenheiros da Tesla para supervisionar o trabalho dos funcionários do Twitter.
"O processo de demissão em andamento é uma farsa e uma desgraça. Os lacaios da Tesla tomam decisões sobre pessoas sobre as quais nada sabem. É completamente absurdo", declarou Taylor Leese, diretor de uma equipe de engenheiros que afirma ter sido demitido.