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Dois movimentos sociais, a Pastoral do Povo da Rua e o Grupo Tortura Nunca Mais, compartilharam as imagens em suas redes sociais.
Ao g1, seus representantes criticaram a abordagem violenta da GCM e disseram que os guardas teriam "plantado" o entorpecente para incriminar o homem injustamente. Uma testemunha passava pelo local e gravou a cena com celular.
A Justiça de São Paulo concedeu a liberdade provisória de César Victor Batista, de 56 anos, na tarde desta terça-feira (31) por falta de provas. "Analisando detidamente o vídeo apresentado pela Defensoria Pública após o término da audiência de custódia, verifico que o último guarda civil a se aproximar do autuado, já rendido e revistado, sai da viatura com uma sacola branca em mãos, onde aparentemente foram apreendidos os entorpecentes", diz a sentença.
Procurada nesta terça (31) para comentar o assunto, a Secretaria Municipal da Segurança Urbana divulgou duas notas à reportagem (leia abaixo a íntegra de cada uma delas). Na primeira, justificou a abordagem informando que os agentes da GCM fizeram "uso moderado da força, a fim de preservar a segurança dos agentes e do próprio infrator", que "tentou resistir à prisão".
Na segunda nota, a pasta da Prefeitura de São Paulo informa que a Corregedoria da GCM vai apurar as denúncias de que os guardas agrediram o homem e teriam forjado o porte de droga. No comunicado, a secretaria informa que "não compactua com desvios de conduta" e que, se ficar comprovada alguma irregularidade, os agentes serão punidos. Não há confirmação se eles foram afastados. Ao menos cinco guardas participaram da prisão.
De acordo com a GCM, os guardas afirmaram que estavam patrulhando a região quando decidiram abordar um "homem com um volume suspeito na altura da cintura". Segundo os agentes, ele "jogou uma sacola no chão e tentou fugir, mas foi contido pelos agentes."
Os guardas disseram ainda que depois encontraram a sacola e viram que dentro dela "teria substâncias análogas a entorpecentes". Além disso, os guardas informaram que apreenderam um balança com o homem. A suspeita é a de que ele usaria o equipamento para pesar drogas.
O caso foi registrado no 77º Distrito Policial (DP), Santa Cecília, segundo a pasta. O g1 procurou ainda a Secretaria da Segurança Pública (SSP), responsável pela Polícia Civil, para saber como o caso foi registrado, se o homem continuava preso e qual foi resultado da análise do pó branco. A pasta estadual da Segurança Pública não retornou até a última atualização desta reportagem.
Este é o terceiro caso de suspeitas de agressões envolvendo guardas civis em menos de 5 dias na Grande São Paulo.
Na filmagem, um dos agentes da Guarda Civil Metropolitana usa o joelho para pressionar o pescoço do homem para imobilizá-lo no chão.
É possível ver o homem reclamar de dores no braço enquanto é contido pelos agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM). Dá para ouvir a voz de uma mulher dizendo que os guardas são "folgados" e que a pessoa abordada só estava "indo trabalhar".
Enquanto isso, outro guarda desce da viatura da GCM segurando um saco branco. Ele se aproxima, pisa na perna do homem e o algema. Na sequência, entrega o pacote a um terceiro agente, que diz: "Não tinha nada, filhão? Não tinha nada?", fala o guarda, enquanto manuseia o saquinho.
Ao perceber que uma pessoa gravava a abordagem, o guarda mostra o pacote e diz para filmar aquilo também: "Aproveita que você está filmando, ó... aqui ó", fala o agente, mostrando o pacote.