A chacina que vitimou sete pessoas em um bar de Sinop, no norte de Mato Grosso, nessa terça-feira (21), chocou a população pela brutalidade e frieza com que o crime foi cometido. Os autores e todas as vítimas já foram identificados.
Quando e onde o crime ocorreu?
A chacina ocorreu em um bar, no bairro Jardim Lisboa, em Sinop, a 504 km de Cuiabá, na tarde desta terça-feira (21).
Onze pessoas estavam no local — os dois autores do crime, o homem que estava jogando com eles, o dono do bar e mais sete clientes.
Quem são os autores?
Edgar Ricardo de Oliveira, de 30 anos, e Ezequias Souza Ribeiro, de 27 anos, moradores do município, foram identificados pela Polícia Civil como autores do crime.
Ezequias foi morto em confronto com a polícia nesta quarta-feira (22).
Edgar continua foragido.
A dupla usou uma espingarda 12mm e uma pistola 38 para matar as vítimas.
Ezequias tem passagens pela polícia por porte de arma ilegal, roubo, formação de quadrilha, lesão corporal e ameaça, além de possuir um mandado de prisão em aberto.
Edgar tem passagem na polícia por violência doméstica.
Edgar possui, segundo a Federação de Tiro de Mato Grosso (FTMT), cadastro como Colecionador, Atirador Esportivo e Caçador (CAC), mas foi desfiliado da entidade por falta.
Há sobreviventes?
O delegado Bráulio Junqueira afirmou que nove pessoas foram rendidas e apenas duas delas sobreviveram, sendo a mulher de Getúlio, Raquel Gomes de Almeida, e o sobrinho dele, Luiz Carlos Souza Barbosa.
Qual foi a motivação para o crime?
Edgar e Ezequias teriam perdido algumas partidas de sinuca para Getúlio, o que teria motivado o crime.
Os jogos eram apostados e os suspeitos teriam perdidos mais de R$ 4 mil.
Segundo o delegado, Edgar ficou revoltado com a derrota e, em seguida, deu um sinal para Ezequias, que rendeu todas as pessoas, enquanto o comparsa pegava uma espingarda no carro e, depois, iniciaram as execuções.
Qual o andamento da investigação?
A polícia informou que já pediu a prisão temporária de Edgar e Ezequias.
Testemunhas já foram ouvidas e, segundo o delegado, não há dúvida quanto à identificação dos suspeitos e motivação do crime.
A espingarda calibre 12 mm e a caminhonete usadas na chacina foram apreendidas.
Cronologia do crime
O suspeito Edgar e a vítima Getúlio combinaram, dias antes, de jogar sinuca, apostado, no bar onde o crime ocorreu.
Na manhã dessa terça-feira (21), os dois iniciaram as apostas. Edgar perdeu cerca de R$ 4 mil e foi para casa.
Getúlio continuou no bar, junto com a esposa e a filha, onde almoçaram e ficaram conversando com amigos.
Durante a tarde, Edgar voltou na companhia de Ezequias e desafiaram Getúlio novamente.
O clima no local era tranquilo e não houve discussão ou qualquer outra desavença, segundo testemunhas relataram ao delegado.
A dupla perdeu mais partidas para Getúlio. Edgar fica revoltado, joga o taco de sinuca na mesa, dá um sinal para Ezequias, que rende todas as pessoas, enquanto o comparsa pega uma espingarda no carro.
Ezequias dá um tiro em Bruno, dono do bar, e depois um tiro pelas costas do Getúlio, que cai, e recebe mais dois disparos na cabeça.
Enquanto isso, Edgar dispara nas outras vítimas que estavam no local.
Três pessoas correm para fora do bar, entre elas a adolescente, mas são atingidos pelas costas e morrem. Uma conseguiu fugir.
Após a execução, os homens pegam o dinheiro que está em uma das mesas de sinuca e outros objetos pelo bar e fogem em uma caminhonete que estava estacionada em frente ao local.
O que falta esclarecer
Outro ponto a ser esclarecido é se as armas possuem documentação. Edgar tinha cadastro em um clube de tiros de Sorriso, mas não foi informado se os suspeitos tinham registros de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC).
Investigadores também tentam entender como Raquel, mulher de Getúlio e mãe da Larissa, e Luiz Carlos Souza Barbosa, sobrinho de Getúlio, conseguiram 'escapar' da chacina. Ela aparece nas imagens abaixada atrás de uma mesa. Os atiradores chegam próximos a ela, mas 'desistem' de atirar.