O Policial Militar aposentado que está foragido da polícia por agredir e manter a mulher em cárcere privado por cerca de oito meses já responde por outros crimes de violência doméstica e ameaças contra outras pessoas, além de ter processo em seu nome por embriaguez ao volante. Segundo o delegado Fabio Costa, o homem já teria, além da atual companheira, agredido mais duas outras mulheres com quem manteve um relacionamento. Ele foi preso no dia 14 deste mês, mas fugiu da Central de Flagrante.
Outra mulher, uma terceira, também denunciou ter sido mantida em cárcere e ter sido ameaçada de morte a facadas enquanto namorava com ele entre 2018 e 2020. Ainda segundo delegado, essa vítima também disse que, por diversas vezes, ele ainda tentou a estrangular.
Preenche ainda a ficha criminal do policial, segundo Fábio Costa, o crime ameaça a dois vizinhos com uma faca. "Quando a polícia foi acionada, Kennedy não respeitou nem os seus colegas de farda e os desacatou", afirmou o delegado.
Kennedy responde ainda a processo por embriaguez ao volante. "Ele tem uma ficha criminal extensa: de ameaças, embriaguez ao volante. Indivíduo que é violento, que já responde a diversos outros crimes e que, por sorte, não acabou cometendo um crime ainda mais grave contra essas mulheres", expõe o delegado Fabio Costa.
Vítimas relatam sofrimento
A mulher vítima de cárcere privado de um policial reformado da PM com quem mantinha um relacionamento relata que ficou sob ameaça do homem por duas horas enquanto a polícia negociava a sua libertação. O caso foi denunciado no dia 14 deste mês, quando a vítima, mantida presa em um sítio, denunciou a situação por meio de um bilhete escrito por ela para pedir socorro.
Roberto Kennedy foi preso em flagrante e levado para a Central, mas, segundo o delegado Fabio Costa, o homem fugiu do local, antes mesmo do procedimento de Boletim de Ocorrência ter sido finalizado. Desde então, ele está sendo procurado.
Em entrevista à imprensa, a mulher relatou que pegou um pedaço de papel de uma caixa de remédio e escreveu um bilhete pedindo socorro, denunciando estar sendo vítima de violência doméstica. "No dia que a Polícia Militar chegou, foi uma negociação de mais ou menos duas horas para ele me liberar", disse a mulher.
A vítima passou oito meses em cárcere privado. Ela afirmou que não tinha vida social "Não tive um minuto de paz. Eu só andava de cabeça baixa. Eu não tinha vida social. Não sabia o que fazer da minha vida. Peguei um pedacinho de caixa de remédio e fiz um bilhetinho falando que precisava de ajuda porque estava sendo agredida pelo meu marido", relatou à mulher.
Outra mulher que também foi vítima do policial ao se relacionar com ele afirmou que foi apanhou de cassetete. "Cheguei e ele não deixou mais eu sair. Eu até brinquei: 'Você está de brincadeira, né'. E ele respondeu: 'Não, estou falando sério'. E eu disse que tenho que ir para a minha casa porque tenho que dar satisfação para a minha família. E ele disse: 'Ligue para a suas filhas e diga que você não vai voltar e que você vai ficar comigo. Se você não fizer isso, vou matar suas filhas. Eu apanhei de cassetete, apanhei de cinto, de facão".
Ela disse que aproveitou uma tarde que ele dormia, quando pegou a chave de chave, colou-a em um sabão e entregou o material à vizinha para que esta tirasse uma cópia. Foi com a cópia, que ela conseguiu fugir.