Está previsto para começar às 11h desta quinta-feira (25) o julgamento do homem acusado de matar o venezuelano Marcelo Caraballo, de 21 anos, em Mauá, na região metropolitana de São Paulo. O crime aconteceu em 3 de fevereiro.
Caraballo foi morto durante uma briga por conta de uma dívida de aluguel no valor de R$ 100. O suspeito do crime foi identificado cinco dias depois e preso temporariamente.
O caso é julgado pelo Tribunal do Júri, no Fórum de Mauá.
Segundo a polícia, o crime ocorreu por volta das 20h30, na Rua Rio de Janeiro, no Jardim Oratório, em Mauá.
De acordo com o boletim de ocorrência, policias militares foram acionados e tomaram conhecimento que a vítima e o autor, um homem de 41 anos, estariam brigando por conta de uma dívida. A vítima, Marcelo Caraballo, seria locatário do apartamento do autor.
Durante a briga, o suspeito teria atirado contra a vítima, fugindo em seguida. O Samu foi acionado e constatou a morte no local. O caso foi registrado como homicídio qualificado no 1ºDP de Mauá.
Segundo o Movimento Antirracista Dandara, de Mauá, Marcelo morava com a esposa, os três filhos, a sogra, um irmão que tem deficiência auditiva e a avó da esposa. Todos são venezuelanos.
Eles moravam no mesmo terreno em que vive o autor dos disparos e, após o crime, deixaram o local por medo e foram acolhidos temporariamente por vizinhos.
Movimentos sociais destacaram que o caso de Marcelo foi mais um crime de xenofobia cometido no país, a exemplo do assassinato do congolês Moïse Kabagambe.
"No passado final de semana, enquanto nos mobilizávamos pela morte do Moïse, aconteceu outro crime de xenofobia e racismo que acabou com a vida de Marcelo, migrante venezuelano que morava em Mauá (SP). Uma e outra vez gritamos: BASTA DE XENOFOBIA, BASTA DE RACISMO! Exigimos justiça para o Marcelo e para todas as pessoas migrantes e refugiadas que perdem a vida nesse pais por causa da intolerância e a falta de respeito à diversidade!", publicou a Base Warmis, grupo de mulheres voluntárias que atua no combate à violência e discriminação.
Moïse, de 24 anos, foi espancado após ter cobrado dois dias de pagamento atrasado em um quiosque no Rio de Janeiro. O corpo dele foi achado amarrado em uma escada.