Redação com Ascom Sesau
A equipe da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Cidade Universitária foi surpreendida, na última sexta-feira (4), com o atendimento de uma mulher que, ao ser examinada sob queixas de dores abdominais e na região pélvica, descobriu que estava grávida e prestes a dar à luz.
A paciente Claudiane da Silva, de 34 anos, residente em Maceió, procurou a UPA queixando-se de dor pélvica e sangramento ao urinar. Depois de avaliação médica, a equipe descobriu que a paciente estava grávida e perto de iniciar o trabalho de parto.
O pequeno Luiz Otávio nasceu lá mesmo na UPA, de parto normal e sem intercorrências, pesando 2,89 kg e 46,5 cm. Ele é, agora, o filho mais novo de Claudiane que já tinha uma adolescente de 17 anos, a Ana Alice. Após o parto, o bebê e a mãe foram encaminhados para a Maternidade Santo Antônio, localizada no bairro do Centro, em Maceió, e estão bem.
A parturiente afirmou não saber com quantas semanas de gestação ela estava quando procurou a UPA. “Eu não sabia nem que eu estava grávida. Eu só sabia que estava há cinco meses sem menstruar. Cheguei a fazer dois testes de farmácia, mas eles deram negativo. Quando soube que ia ter um bebê eu fiquei em choque, mas eu e minha família estamos muito felizes”, afirmou Claudiane. “Os profissionais que me atenderam foram maravilhosos”, disse.
O atendimento clínico da paciente foi realizado pela médica Uiala Oiticica e o parto, pelos médicos Elvys Pereira, Halbate Crima e Jefferson Cavalcante. Apesar de a UPA não possuir suporte obstétrico e neonatal, o parto ocorreu relativamente rápido e sem complicações. Foram realizados, ainda na UPA, os cuidados à puérpera, como o delivramento da placenta, a revisão da cavidade uterina e suturas em algumas lacerações no canal do parto. Já o bebê teve as vias aéreas aspiradas, limpo, aquecido com um foco de luz (que normalmente é utilizado para procedimentos cirúrgicos de baixa complexidade) na falta de um berçário.
O médico Elvys Pereira explicou que a paciente chegou ao plantão com queixa de dor abdominal e, com exame médico, constatou-se abdome gravídico, um formato sugestivo de útero crescido, com feto desenvolvido. “Pela altura do fundo uterino, suspeitamos de uma gestação em curso em torno de 35 semanas. Informações adicionais como movimento fetal, aumento das mamas, enjoo e manchas típicas da gravidez, passaram despercebidas pela paciente. Podemos considerar que esse foi um caso de gravidez silenciosa, que é raro na medicina”, explicou Elvys.
A equipe multidisciplinar da UPA angariou doações para o bebê.