Um soldado afegão morreu e outros três ficaram feridos depois de um tiroteio com homens armados não identificadas no portão norte do aeroporto de Cabul, de acordo com informações das Forças Armadas da Alemanha. A troca de tiros também envolveu militares americanos e alemães. Ainda não se sabe se o soldado morto fazia parte do Talibã.
No sábado, sete pessoas que tentavam deixar o Afeganistão morreram esmagadas contra os portões do aeroporto. "Nossos sinceros pensamentos estão com as famílias dos sete afegãos que morreram nas multidões de Cabul", disse em nota do Ministério da Defesa britânico.
Depois do tumulto que causou as mortes, o Talibã conseguiu estabelecer ordem e tentou organizar filas para o acesso, de acordo com informações da Reuters. No sábado, os Estados Unidos alertaram para os riscos na região.
A agência Reuters informa que um oficial da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) relatou ao menos 20 mortes nos últimos sete dias dentro ou nos arredores do aeroporto.
O presidente americano Joe Biden afirmou, neste domingo (22), durante uma coletiva de imprensa que o objetivo dos Estados Unidos é "retirar todos os americanos e evacuar os aliados afegãos". Segundo ele, foram 28 mil pessoas retiradas do país em agosto, sendo 11 mil em 36 horas.
O secretário de Defesa do Reino Unido, Ben Wallace, escreveu uma coluna no jornal Daily Mail, também no domingo, e disse que se o prazo estabelecido pelos EUA para deixar o Afeganistão não for ampliado, não haverá tempo para evacuar todas as pessoas que querem deixar o país.
"Talvez os americanos possam ficar mais tempo, e eles terão nosso completo apoio se eles ficarem (...) Eu tenho dito o tempo todo que nenhuma nação vai conseguir retirar todo mundo", afirmou Wallace.
Um líder do grupo Talibã responsabilizou os Estados Unidos pelo caos no aeroporto de Cabul. No local, milhares de pessoas tentam embarcar em voos para fugir do país. "Estados Unidos, com todo seu poder e seus meios (...), fracassaram em impor ordem no aeroporto", disse Amir Khan Mutaqi.