Em Alagoas, com a reestruturação da Rede Materna e Infantil pública pelo Governo do Estado, os leitos hospitalares para as alagoanas e seus bebês foram ampliados em 14,56% só nos últimos dois anos. Hoje, são 692 vagas para os atendimentos em leitos obstétricos, de UCI e de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
O pontapé inicial para mudar o panorama da assistência a gestantes, puérperas e recém-nascidos foi a construção e inauguração do Hospital da Mulher (HM), em Maceió, que se tornou a primeira maternidade pública de risco habitual em Alagoas e ampliou número de leitos obstétricos e vagas de Unidades de Cuidados Intermediários para recém-nascidos (UCI Neonatal). Em um período de dois anos, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) abriu 88 novas vagas destinadas aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), o que representa um aumento de 14,56%.
Os novos leitos contribuíram decisivamente para a redução da mortalidade infantil em Alagoas, que terminou o ano de 2020 com uma taxa de 11,76 para cada mil crianças nascidas vivas. O dado representa uma queda de 12,36%, quando comparado com o ano anterior, que registrou taxa de 13,42/mil nascidos vivos, segundo dados do DigiSUS Gestor do Ministério da Saúde, com base no DataSUS.
Segundo a coordenadora da Rede Cegonha em Alagoas, Syrlene Patriota, a ampliação de leitos não vai parar com o Hospital da Mulher. Os novos hospitais entregues pelo Governo de Alagoas no interior também serão contemplados com leitos para fortalecer a Rede Materna e Infantil, após o fim da pandemia de Covid-19.
“Com os Hospitais Regionais do Norte e do Alto Sertão, nas cidades de Porto Calvo e Delmiro Gouveia, essas regiões, que não possuem nenhuma maternidade de referência para a população, passarão a contar com mais leitos maternos e infantis”, diz a médica. Já o Hospital Regional da Mata (HRM), em União dos Palmares, vai oferecer o diferencial de leitos de UTI Neonatal, já que hoje não existem vagas desse tipo para recém-nascidos na região.
“Esse reforço de leitos no interior vai facilitar o acesso das gestantes a uma assistência com maior qualidade, evitando que elas se desloquem até municípios distantes. Assim, vamos reduzir o tempo de atendimento de gestantes e bebês e, portanto, diminuir e reverter complicações. Tudo isso vai trazer mais qualidade de vida para a mamãe e a criança, além de dar seguimento à redução do número de mortes infantis e maternas”, explica Syrlene Patriota.
Outras ações desenvolvidas pela Sesau que asseguram a redução na taxa de mortalidade infantil é o incentivo ao aleitamento materno, a aplicação das vacinas em tempo oportuno, e o controle de infecções, segundo ressaltou a coordenadora da Rede Cegonha em Alagoas.
Atendimento humanizado no Hospital da Mulher – Desde a abertura, no fim de setembro de 2019, a equipe do Hospital da Mulher já realizou 17.789 atendimentos e prestou assistência ao parto para 5.033 mulheres.
Com o aumento de casos de Covid-19 ainda em 2020, a estrutura do Hospital da Mulher foi transformada em centro exclusivo de tratamento de pacientes contaminados pelo novo coronavírus. Os serviços da maternidade do HM foram transferidos para a Maternidade Nossa Senhora de Fátima, também situada no bairro Poço, em Maceió.
Entre os milhares de atendimentos realizados está o parto da pequena Eloá Vitória, no dia último dia 13 de julho, primeira filha do casal Jainny dos Santos, 19 anos, e Jessé Batista, de 20 anos. Os papais de primeira viagem contaram que a expectativa e a ansiedade para o nascimento da filha eram altas, mas que tudo aconteceu do jeito que eles esperavam.
Agora o casal só pensa em continuar tomando todos os cuidados necessários para evitar a contaminação pelo novo coronavírus. “É continuar usando a máscara, higienizar constantemente as mãos e esperar para tomar a primeira dose da vacina contra a Covid-19. Só assim, estarei protegida para cuidar da minha Eloá”, disse Jainny.
Pós-parto – Além da assistência garantida antes e durante o parto, os profissionais da Maternidade do Hospital da Mulher também auxiliam no pós-parto. Eles orientam as puérperas a como agir em vários aspectos, nessa nova etapa da vida, segundo explica Andreia Almeida, ginecologista e coordenadora do Núcleo de Educação Permanente do hospital.
“Prezamos muito pela humanização e, entre as nossas ações, está o Espaço Aconchego, local em que reunimos as mamães para fazer orientações sobre o aleitamento materno, cuidados de higiene da mãe e do bebê, a alimentação que a puérpera deve seguir durante o aleitamento, e diversos outros temas que garantem o bem-estar da mãe e do recém-nascido”, destacou a médica.
A Maternidade do Hospital da Mulher também oferta os testes do pezinho, orelhinha e coraçãozinho, assim como a aplicação das vacinas BCG e Hepatite B para o bebê. As puérperas também são imunizadas e recebem a tríplice viral, atualizando, assim, o cartão de vacinação.