(UOL/FOLHAPRESS) – Enquanto o mundo do surfe se volta para as piscinas de ondas artificiais, uma nova esquerda ‘perfeita’ está quebrando na Austrália (assista abaixo) -e ela mistura o melhor dos dois mundos: é uma onda real, no mar, mas criada com um empurrãozinho da engenharia.
Por décadas, Middleton Beach, na costa sul da Austrália, não oferecia boas condições para o surfe -as ondas fechavam rápido e sem formação.
Agora, graças a um recife artificial construído com 70 mil toneladas de granito, a história mudou.
A ideia surgiu há mais de 30 anos, quando um grupo de moradores locais encomendou um estudo de viabilidade. Entre os líderes da iniciativa estava Peter Bolt, que sempre defendeu a criação de uma onda acessível para os surfistas mais jovens da região.
A gente sentia que os jovens precisavam de algo decente para surfar, ali na cidade, com fácil acesso Peter Bolt, à ABC News
EXECUÇÃO
A execução do projeto, no entanto, enfrentou inúmeros obstáculos. Além do alto custo, havia dúvidas sobre os impactos ambientais e o histórico negativo de outras experiências com recifes artificiais pelo mundo.
O projeto só deslanchou em 2017, quando Greg Stocks foi eleito prefeito de Albany e viabilizou um investimento de 5 milhões de dólares.
Uma equipe da Nova Zelândia foi contratada para executar a obra, que passou seis meses moldando o fundo do mar com precisão milimétrica.
O resultado impressionou até os mais céticos. Quando a ondulação entra, a nova onda quebra com força, formando uma parede bem definida que pode atender desde surfistas intermediários em dias menores até os mais experientes quando o mar ganha força.
A gente queria algo mais fácil, para nível intermediário. E em dias pequenos até que é. Mas quando entra um swell maior, ela quebra lá fora e fica bem rasa. Acabou virando uma onda para quem já tem mais experiência Peter Bolt.
Com o recife funcionando, a Southern Ocean Surf Reef entrou para o mapa como mais uma prova de que é possível moldar a natureza para criar ondas de verdade.
Fonte: Notícias ao Minuto