O jogador Bruno Henrique, atacante do Flamengo, alvo nesta terça-feira da Operação Spot-fixing, dormia no momento que os agentes chegaram à casa dele — numa mansão na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio.
Em seguida, ele abriu a porta para os agentes e forneceu a documentação necessária. A TV Globo e o g1 apuraram que o jogador entregou documentos, celulares e outros aparelhos eletrônicos.
Liberado, Bruno foi treinar normalmente. A TV Globo apurou que o Flamengo não vai afastá-lo e conta com ele para o 2º jogo da final da Copa do Brasil, domingo (10).
A assessoria de imprensa de Bruno Henrique informou que "por enquanto não vai se manifestar" sobre a operação da PF. Por sua vez, a assessoria de imprensa do Flamengo disse que "o clube ainda está tomando ciência dos fatos" para se manifestar.
Agentes da PF saíram para cumprir 12 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça do Distrito Federal, nas cidades do Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Vespasiano (MG), Lagoa Santa (MG) e Ribeirão das Neves (MG). Também são alvos o irmão de Bruno Henrique, a cunhada e 2 amigos.
Segundo as investigações, o atleta forçou uma falta para cartão no jogo contra o Santos, há 1 ano, válido pelo Brasileirão de 2023, para supostamente favorecer parentes no mercado de apostas. O rubro-negro acabou expulso no fim da partida.
Entre os endereços visados estão a casa do atacante, na Barra da Tijuca; o Ninho do Urubu, centro de treinamento do Flamengo, em Vargem Grande; e a sede do clube, na Gávea.
A investigação começou com uma comunicação feita pela Unidade de Integridade da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
De acordo com relatórios da International Betting Integrity Association (Ibia) e Sportradar, que fazem análise de risco, houve apostas sobre cartões em um volume acima do normal para aquele Flamengo x Santos.
No decorrer da investigação, os dados obtidos junto às bets, por intermédio dos representantes legais indicados pelo Ministério da Fazenda , apontaram que parentes de Bruno Henrique apostaram que ele tomaria um cartão amarelo — o que de fato aconteceu.
“Trata-se, em tese, de crime contra a incerteza do resultado esportivo, que encontra a conduta tipificada na Lei Geral do Esporte, com pena de 2 a 6 anos de reclusão”, disse o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ).
O jogo
A partida sob investigação ocorreu em 1º de novembro de 2023, pela 31ª rodada do Brasileirão do ano passado. O mando da partida era do Flamengo, que optou pelo Estádio Mané Garrincha, em Brasília.
Aos 50 minutos do 2º tempo, Bruno Henrique fez falta em Soteldo, do Santos, e levou amarelo. O atacante rubro-negro foi reclamar de forma ríspida com o árbitro Rafael Klein, que o puniu com mais um amarelo, levando ao cartão vermelho e à expulsão.
O Flamengo perdeu o jogo por 2 a 1.