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11/08/2022 às 11h09min - Atualizada em 11/08/2022 às 11h09min

Taiwan amplia manobras militares após ameaças da China

Pequim anuncia fim dos exercícios após uma semana, mas Taipei afirma ter detectado 21 aviões e seis navios de guerra chineses no Estreito de Taiwan

Por Gazetaweb
Taiwan amplia manobras militares após ameaças da China
O exército de Taiwan fez nesta quinta-feira (11) novos exercícios militares com munição real, em resposta às manobras realizadas pela China ao longo da última semana.

Este é o segundo dia que o governo da ilha realiza os exercícios, para indicar a Pequim que Taipei está pronta para se defender no caso do uma invasão. A crise na região se intensificou após a visita, na semana passada, da presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, a Taiwan, que a China considera parte de seu território.

Segundo o porta-voz do Oitavo Corpo do Exército de Taiwan, Lou Woei-jye, foram disparados projéteis e sinalizadores como parte de um treinamento de defesa na manhã de quinta-feira (10).

"Temos dois objetivos com as manobras: o primeiro é certificar as condições adequadas de artilharia e sua manutenção. O segundo é confirmar os resultados do ano passado", disse Lou.

O exercício, que aconteceu em Pingtung, área mais ao sul da ilha, teve duração de uma hora. Na terça-feira (9), uma ação similar aconteceu no mesmo local.

Já a China, que realiza manobras militares na região há uma semana, inclusive com disparo de mísseis e invasões constantes ao espaço aéreo e o marítimo de Taiwan, anunciou o fim dos exercícios, mas, segundo Taipei, enviou aviões e navios de guerra à área novamente nesta quinta-feira.

O Ministério da Defesa de Taiwan disse ter detectado 21 aeronaves e seis embarcações das Forças Armadas chinesas ao redor do estreito de Taiwan, que divide a ilha da China.

A presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, afirmou que o número de aeronaves e navio da China foi drasticamente reduzido, mas afirmou que a ameaça de uma invasão continua e disse que Taipei está pronta para responder a um ataque.
 

Livro branco

Apesar de ter anunciado o fim das manobras, a China disse que "continuará com o treinamento militar e os se preparando para a guerra".

Em um relatório publicado na quarta-feira (10), o Escritório de Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado chinês, afirma que Pequim "não renunciará ao uso da força" e se reserva "a opção de tomar todas as medidas necessárias".

"Estamos preparados para criar um vasto espaço para a reunificação pacífica, mas não deixaremos espaço para atividades separatistas de nenhuma forma", destaca o livro branco.

A edição anterior do livro branco sobre Taiwan havia sido publicada pela China apenas no ano 2000.

O ministério taiwanês das Relações Exteriores se pronunciou nesta quinta-feira contra o modelo "um país, dois sistemas" que Pequim propõe para a ilha.

"A China utiliza a visita de (...) Nancy Pelosi como desculpa para destruir o status quo e aproveita a oportunidade para gerar problemas, tentando criar um nova normal para intimidar o povo taiwanês", declarou a porta-voz do ministério, Joanne Ou.

Ao mesmo tempo, o Escritório de Assuntos Taiwaneses do Partido Comunista de China afirmou nesta quinta-feira em um comunicado que as "ações rebeldes (de Taipé) são um tapa na cara e não podem deter a tendência histórica de reunificação" com a China continental.

Em Washington, Nancy Pelosi defendeu na quarta-feira (10) sua visita ao afirmar que está "muito orgulhosa" de sua delegação e que a China utilizou sua presença como "pretexto" para iniciar os exercícios militares.

"Não permitiremos que a China isole Taiwan", declarou Pelosi.


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