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21/02/2022 às 08h27min - Atualizada em 21/02/2022 às 08h27min

Número de mortes em Petrópolis chega a 152 e supera desastres de 1988 e 2011

Até então, o desastre registrado no verão de 1988 havia sido o mais letal para a cidade

Por Assessoria
Funcionários da prefeitura durante limpeza de rua de comércios no centro de Petrópolis, na região Serrana do Rio de Janeiro. A forte chuva que caiu na ultima terça-feira (15), deixou vários mortos e muitos desabrigados. (Foto: Eduardo Anizelli/ Folhapress
O temporal em Petrópolis atingiu a marca de ao menos 152 mortos neste sábado (19) e superou os desastres registrados em 1988 e 2011, se tornando o mais letal já vivido pela cidade. A Defesa Civil Municipal realiza o monitoramento de chuvas e tragédias desse tipo na região desde 1932.

O número de mortes tende a crescer nos próximos dias, já que foram computados pela Polícia Civil 154 desaparecidos após o temporal que arrasou a cidade fluminense há seis dias. Segundo a prefeitura, 812 pessoas estão desabrigadas e ocupam 21 unidades escolares da cidade.

Até então, o desastre registrado no verão de 1988 havia sido o mais letal para a cidade, com 134 mortos. Em 2011, os temporais causaram 73 vítimas fatais em Petrópolis, mas também castigaram cidades vizinhas, deixando um saldo de 918 mortes em cidades da região serrana.

Na terça-feira (15), a cidade foi arrasada por um forte temporal que resultou em mais de 400 deslizamentos desde então, somando 553 ocorrências no total registradas pela Defesa Civil, incluindo alagamentos e avaliações de risco.

Petrópolis tem um quinto de seu território sob alto risco e fica na serra do Rio de Janeiro, que sofre anualmente com tempestades de verão e deslizamentos.
A cidade tem 234 locais de risco alto ou muito alto, o que equivale a 18% do território e 12 mil moradias, segundo o Plano Municipal de Redução de Riscos publicado em 2018.

Grande parte dos imóveis condenados há 11 anos na região não foi demolida e voltou a ser ocupada por quem não conseguiu moradia ou discordou das opções dadas pelo poder público. Os moradores reclamam que as unidades habitacionais construídas desde então não são suficientes.

Entre os 144 corpos que já chegaram ao IML (Instituto Médico-Legal) até o fim da tarde deste sábado (19), 89 são de mulheres e 55 são de homens, incluindo 27 de menores de idade, segundo os números mais recentes da Polícia Civil. Entre eles, 119 já foram identificados.

Na porta da unidade, parentes aguardam a leitura dos nomes por funcionários.

As salas de velórios estão cheias, e os enterros estão sendo feitos em sequência no Cemitério Municipal de Petrópolis desde a tarde de quarta (16). A prefeitura abriu novas covas rasas (menos profundas e mais baratas) e descartou um grande enterro coletivo "para respeitar a programação das famílias".

Nas ruas, moradores seguem limpando casas, comércios e prédios históricos, sirenes de viaturas e ambulâncias passam de um lado para o outro, e voluntários circulam com doações por escolas e igrejas, sob um forte cheiro de lama misturada com lixo em alguns locais.


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