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09/11/2021 às 20h29min - Atualizada em 09/11/2021 às 20h29min

Lideranças religiosas de Maceió convocam para 'ato de luto e luta' em frente à Braskem

Mobilização deve começar no dia 3 e se estender até o dia 4 de dezembro

Por Gazetaweb
O ato vai contar com ritos religiosos diversos, intervenções artísticas e atrações musicais.
O cônego Walfran Fonseca e o pastor Wellington Santos, lideranças religiosas dos bairros destruídos pela mineração em Maceió, realizaram uma reunião para organizar uma manifestação em frente às portas da Braskem. O encontro aconteceu na Paróquia Santo Antônio de Pádua, em Bebedouro, na noite desta segunda-feira (8) e a previsão é que a mobilização aconteça no início de dezembro.

A reunião contou com a participação da Associação dos Empreendedores no Pinheiro e Região Afetada e do Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB). Durante o encontro, foram discutidos os objetivos gerais e as comissões organizadoras do “ato de luto e luta”, como é chamado, e que deve acontecer nos dias 3 e 4 de dezembro, com ritos religiosos diversos, intervenções artísticas e atrações musicais.

“Como líderes religiosos, não podemos silenciar diante do luto coletivo que vivemos em Maceió por conta de uma população oprimida pelo poder político e econômico que morre todos os dias. Segundo o preceito cristão, devemos fazer uma opção preferencial pelos pobres, dando voz a quem não tem voz”, declarou o cônego e anfitrião do encontro, Walfran Fonseca, que, há 17 anos, trabalha na Paróquia Santo Antônio de Pádua.

Vice-presidente de outra organização católica, a Cáritas Arquidiocesana de Maceió, Rosário de Fátima frisou a importância de convocar todas as comunidades religiosas. “É muito importante a presença de todo o credo religioso. Até porque a fé é quem vem sustentando a população vitimada. Precisamos somar com todos aqueles que estão em luta pela sua moradia e sua dignidade.”

Pastor na Igreja Batista do Pinheiro há quase três décadas, Wellington Santos também falou sobre a importância desse chamado das comunidades religiosas à luta pelas 70 mil vítimas da Braskem. “As religiões lidam com um capital simbólico muito poderoso: a fé. Sendo ela trazida para uma luta por justiça e dignidade humana, é imbatível. Por isso, queremos reunir pastores, padres, pais de santo, mães de santo, espíritas etc.”

O pastor também está articulado com alguns grupos culturais e de vítimas, sendo responsável por organizar a criação de comissões. Segundo ele, serão cinco: jurídica, de segurança, de logística, cultural e litúrgica.


Aderência dos movimentos de vítimas

O MUVB não só aderiu ao ato como seu coordenador-geral, o procurador do trabalho Cássio Araújo, colocou em pauta os objetivos centrais da luta que precisa ser empreendida. Sendo assim, cinco reivindicações foram aprovadas: 1) laudo de avaliação do imóvel apresentado pela Braskem compatível com todas as normas técnicas necessárias e com a proposta devidamente justificada; 2) dano moral calculado por pessoa e não por imóvel; 3) critérios indenizatórios explicitados na proposta; 4) criação de comitês de conciliação, com a participação do poder público, para as negociações individuais; 5) realocação imediata para moradores e empreendedores isolados entre as áreas destruídas.

Para Alexandre Sampaio, presidente da Associação dos Empreendedores, o envolvimento das comunidades religiosas na luta por justiça no Caso Braskem é muito importante. “Nós aderimos ao ato imediatamente. Precisamos aglutinar forças com o maior número de organizações: religiosas, políticas, culturais, estudantis, sejam elas de quaisquer ordens. Afinal de contas, somos 70 mil vítimas deste crime. Uma crença apenas não é capaz de resumir toda essa gente”, declarou Sampaio.

Mas nem só de vítimas o protesto dos dias 3 e 4 de dezembro deve ser composto, como espera Sampaio. “Acredito que vários setores da sociedade civil estão dispostos a lutar ao nosso lado. Muitos maceioenses acordaram para esse problema, pois perceberam que é a sua cidade que afunda mais a cada dia.”


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