Durante a chamada, ela informou que tentaram entrar na conta da idosa indevidamente, e que seria necessário trocar de senha. Orientada pela mulher, a aposentada foi até um caixa eletrônico para fazer a mudança de senha, entretanto, não foi possível. No dia seguinte, Inazeli foi até uma agência bancária e explicou tudo que ocorreu para uma atendente, que achou estranho, segundo conta a idosa.
Mesmo assim, a funcionária procurou no sistema e viu que, de fato, haviam tentado entrar na conta no dia 17 de julho. A idosa, se precavendo, mudou as senhas e registrou a biometria, como orientado pela mulher que conversou com ela ao telefone. Assim que saiu da agência, ela voltou a receber a ligação da suposta funcionária.
"Ela disse 'você não fez o módulo de segurança, tem que fazer, porque a conta continua vulnerável'", explicou. A idosa voltou à agência e seguiu as orientações dadas por telefone sobre quais botões apertar e o que fazer no caixa para ativar o que seria o módulo de segurança. Ela passou por diversos equipamentos, já que ela pedia constantemente para mudar de caixa. Após alguns minutos, a mulher disse que estava tudo certo, e que, finalmente, o módulo havia sido acionado.
Ao sair do banco, ela passou em uma farmácia e viu que não conseguia efetuar o pagamento no débito nem no crédito. Voltando para casa e abrindo o aplicativo do banco, viu uma transferência via PIX em seu nome, no valor de R$ 24.700. Também descobriu que haviam usado o cheque especial, empréstimos e todo o limite do cartão.
"Como ainda não recebi a fatura do cartão, e só os títulos davam mais de R$ 6 mil, acredito que o prejuízo esteja entre R$ 55 mil e R$ 60 mil", relata. Ela acha que as orientações dadas pela suposta funcionária por telefone eram, na verdade, uma maneira de permitir acesso a diversas ações em sua conta.
Inazeli fez um pedido de contestação, que foi negado pelo banco. Ela recorreu novamente, e aguarda um posicionamento, para saber como prosseguir diante da situação. Para dar prosseguimento, ela registrou um boletim de ocorrência no 3º Distrito Policial de Santos como estelionato, e o caso será investigado. Entretanto, mesmo tomando todas as medidas, o medo e a frustração são constantes.
"Eu estou sem dinheiro absolutamente nenhum, super nervosa. Todos os meus planos fracassaram. Eu não tenho disposição para sair de casa, não me conformo. Eu estou, assim, tentando não entrar em um período depressivo, porque o baque foi muito grande", descreve a idosa.
Questionado pelo G1, o Banco do Brasil informou que não faz buscas de cartões dos clientes para perícia, e que não solicita a digitação de senhas durante contatos telefônicos. Reitera, ainda, que não envia mensagens via SMS ou WhatsApp, e que não liga nem encaminha e-mails com links com solicitação de dados pessoais, dados do cartão e senhas dos seus clientes.
O banco alerta seus clientes, por meio de avisos em todos os terminais e durante os atendimentos presenciais, para a proteção de senhas e a recusa de auxílio de estranhos, com o objetivo de evitar ações de grupos criminosos.
Afirma, ainda, que acolhe todas as reclamações de movimentações financeiras não reconhecidas pelos clientes, com a abertura de processo de contestação. O banco informa que, posteriormente, esse processo é analisado pela área técnica, que define sobre a responsabilidade das partes e sobre o ressarcimento ou não dos valores contestados.