Apenas três das 27 unidades da Federação registraram crescimento no número de pessoas empregadas entre o primeiro trimestre de 2020 e o deste ano, e Alagoas é uma delas. O estado teve elevação de 1,4%, segundo a PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), cujos números foram divulgados nesta sexta-feira (9) pela Folha de São Paulo. O crescimento é impulsionado pelo ciclo robusto de investimentos do Governo do Estado, que vem gerando novos empregos direta e indiretamente, no setor público e privado, e mantendo os já existentes em áreas diversas.
No contrafluxo do país, Alagoas registrou acréscimo de 14 mil pessoas (1,4%) no mercado de trabalho, passando de 1,004 milhão para 1,018 milhão. Vagas no comércio, construção civil e por conta própria compensaram as quedas em segmentos como alojamento e alimentação. O governador Renan Filho destacou o bom desempenho em meio aos impactos econômicos da pandemia.
“É obvio que alguns setores sofreram mais, outros menos; mas nós elevamos as exportações de Alagoas, ampliamos o mercado de consumo das famílias, concedemos aumento [salarial] aos servidores públicos, o que também elevou o consumo. Nós crescemos, ainda, com a diversificação da agricultura, por meio da safra de grãos recorde e do fortalecimento da agricultura familiar. Isso tudo, reunidamente, colocou Alagoas com um dos poucos Estados do Brasil que conseguiram gerar emprego em meio à pandemia”, destacou.
Só a abertura de novos hospitais estaduais em Alagoas desde de 2019 criou 8 mil novos postos de trabalho. As obras de infraestrutura do Governo do Estado e o maior conjunto de concursos públicos da história, que está abrindo 6 mil novas vagas apenas este ano, colaboram decisivamente para a criação de empregos diretos e indiretos. O trabalho de atração de grandes empreendimentos para Alagoas, como a recém-inaugurada Mineração Vale Verde, é outro esforço do Governo para gerar empregos.
O economista Fábio Guedes, diretor-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal), explica que o cenário no estado sinaliza aos empresários um melhor momento, permitindo que eles aumentem a contratação de funcionários no processo de retomada econômica. “Isso certamente tem relação com a situação mais favorável da vacinação no estado, que trouxe mais segurança, inclusive para que o Governo do Estado publicasse decretos permitindo a ampliação das atividades econômicas”, avalia.
Para Renan Filho, a busca por equilíbrio no enfrentamento à pandemia é o que garante a Alagoas bons resultados tanto na saúde quanto na economia: “Além de sermos um dos estados brasileiros com menor número de mortes por Covid-19, conseguimos ampliar o número de empregos formais no mercado de trabalho. Obviamente, priorizamos a vida, os leitos, a vacinação, mas por outro lado buscamos equilibrar as necessidades da economia, para perdermos o menor número de vidas possível e permitir que a gente não sofra tanto economicamente”.
Cenário nacional – Alagoas teve o mesmo percentual de crescimento de Roraima, e o Acre obteve 2,7%. Nos outros 24 estados, a população ocupada encolheu. Em geral, no Brasil a população ocupada caiu 7,1%, passando de 92,2 milhões para 85,7 milhões. Ceará (-14,6%) e Rio de Janeiro (-12,3%) tiveram as maiores quedas na população ocupada. A PNAD Contínua é realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).